terça-feira, 18 de setembro de 2012

O atleta adolescente

O esporte na vida da criança ou do adolescente é muito positivo: ajuda na vida social, a traçar e alcançar objetivos, aumenta o senso de responsabilidade, trabalha auto-estima, mas... E quando a criança ou o adolescente tem que lidar com a vida esportiva, a escolar e outras atribuições?
Antes de falar sobre o assunto. Segue abaixo dois depoimentos:
"É difícil, estranho... É difícil de acompanhar. Muitas vezes, esporte + escola= notas baixas. Porque não dá para dar conta dos dois.
A escola é importante porque se você não souber as coisas, pode se dar mal na vida. Meu pai sempre me diz isso. O esporte é importante porque eu gosto e me deixa em forma".
(B. P. - 10 anos - 6º ano 5ª série)

"É difícil! Porque você precisa aprender a conciliar os dois. O esporte leva metade do seu tempo. A escola a outra metade. Tem os amigos, namorado e família. Sou adolescente e quero sair, ter uma vida social. Tenho a consciência do esporte e da escola, então não sobra tempo para essa vida adolescente".
(A.B.V.P - 15 anos - 2º ano do ensino médio)

Há muito o que pensar sobre o assunto. Existem muitos autores que estudam os fenômenos em torno.
O processo escolar requer muita responsabilidade. Veja todos os contatos que a criança e o adolescente têm nessa fase: contatos com professores, coordenadores, diretores e colegas; contato com diversas disciplinas e ainda têm de lidar com as dinâmicas e personalidade dos professores de cada uma delas; manter as notas para passar de ano e mostrar o bom rendimento;
Fora desse ambiente, alguns jovens ainda estudam idioma, têm aula de algo extra (por exemplo: canto ou qualquer outro instrumento) e... Praticam esporte.
Acontece que, esse esporte evolui na vida de alguns e em determinado momento pode tornar-se um compromisso com algum clube, por exemplo.
E ai vem a pergunta que paira sobre a mente dos pais: O que fazer? Como equilibrar as duas áreas? 
Bom, até aqui a intersecção é a seguinte: a própria família, a escola e o clube esportivo.
Felker apud Simões e col. (1999) diferencia conceitualmente os termos "prática escolar esportiva" e "prática esportiva escolar" onde o primeiro significa que o esporte faz parte da grade curricular da escola e o segundo a atividade esportiva fora do âmbito escolar, ou seja, extracurricular. (veja o trabalho citado acima, aqui).
É difícil para todos. Essa é a melhor resposta! Não é tarefa fácil nem para os filhos, nem para os pais (ou responsáveis).
Ainda mais, quando as notas despencam e o rendimento escolar pode não ser o esperado.
Cabe aqui, algumas considerações. Apesar de o Brasil ser um país que incentiva o esporte, a visão não é a mesma em ambientes escolares. Muitos profissionais da área não aceitam o cotidiano de alunos atletas, achando que o esporte é mais priorizado por adolescentes e pais do que a escola. (MOP - Minhas Observações Pessoais).
Então, na tentativa de diminuir o estresse, alguns pontos são fundamentais. É preciso que a escolha do colégio seja bem feita. Todas as dúvidas sanadas e que tenham bons conceitos sobre esportistas. Ou seja, pais e filhos devem perceber qual a postura da escola com relação à atividades esportivas fora dali. Pois, não implicam apenas, em idas ao clube e jogos. A vida do atleta abrange: treinos, jogos, preparação física, jogos em outras localidades. Em outras palavras, tudo que lembre: ausência, faltas, reposição.
É necessário também, que o aluno saiba que sua vida social não será igual à vida daqueles que não têm compromissos a zelar além da escola. Às vezes, "festinhas", "HP´s (house party´s), "baladas", "idas ao cinema", nem sempre serão possíveis. E isso tem que ser muito bem conversado com o filho adolescente e atleta, uma vez que está em uma fase de sua vida em que tais encontros fazem parte.
É preciso que o adolescente atleta entenda que sua vida é diferente. Assim como a adolescente bailarina ou o adolescente guitarrista.
O indicado é que os pais estejam inteiros para ajudar aos filhos. Entenda-se inteiro como mesmo que, com o coração apertado, consigam se manter firmes, pelo menos na hora de orientar. É uma troca.
Educação é saúde! Esporte também!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Dos caminhos possíveis...

Antes de mais nada: Não estou fazendo propaganda para benefício próprio.
É indicado que se procure psicoterapia quando a pessoa, assim o queira. Em outras palavras, essa decisão é daquele que escolhe e não de quem indica. A indicação é possível e saudável, porém a obrigação não.  
Enfim, o assunto não é esse, apenas quero deixar isso bem claro e nunca é excessivo informá-lo.
Este é o primeiro texto de algo que falarei em algum seguinte. Mas, agora, neste (primeiro) momento o chamarei de: resistência. Mas, pode ser também: negação.
Chama-me a atenção que, dentre os mais diversos motivos em buscar ajuda de (todos os tipos), uma das quais, mais percebo (talvez, por minha profissão) haver resistência ou negação é a psicoterapia. (Dados de MOP - Minhas Observações Pessoais).
As pessoas vão aos mais diversos tipos de terapias alternativas, todos os meios de misticismo. E o que parece lhes causar sofrimento é sempre deixado em algum lugar desconhecido. Longe de criticar os meios citados, acho que algumas terapias são válidas e interessantes e defendendo o livre arbítrio, acho também que seja lá qual for o misticismo, qualquer um tem direito a consultá-lo.
É intrigante o por que de a psicoterapia parecer ser uma ideia que até passa pela cabeça das pessoas, mas é negada.  Ou ainda, por que não é adicionada à todas as outras tentativas? Como psicóloga, uma das respostas poderia ser: "Porque o indivíduo em questão, ainda não está preparado para entrar em contato com algo em determinado momento. Ok. Mas, se fosse exemplificar: Pensemos no caso de alguém que está com algum problema de pele. Essa pessoa, provavelmente procurará um(a) dermatologista. Descobrirá o que possivelmente está causando aquela alergia e fará (ou não) o tratamento. Acontece que... Nem sempre só o tratamento funciona. Pronto! Está dada a largada para a odisséia de buscar alguma resposta além daquela. O sujeito então, faz: acupuntura, pilates, reiki, visita um(a) tarólogo(a), faz massagem, toma floral, verifica a numerologia,etc. A conta é fácil: tudo menos????
Um psicólogo.
Destaco: Nada contra aquilo que for procurado sem ser um psicólogo. Mas, talvez, esteja sim, comentando a falta de no meio de tudo isso, TAMBÉM procurar um psicólogo. E isso vai além de minha crítica. O que digo é que: muitas vezes, essa manobra não é consciente. Não é feita de propósito. Em alguns momentos, é muito mais fácil (e até mais prazeroso, menos complexo) ouvir o que têm para falar de mim ou ver em mim, do que, eu mesmo ver e falar de mim.
Há, uma espécie de piada que tem relação com isso: quando o orçamento aperta, o primeiro item da lista a ser cortado é o psicólogo.
Continuando...É preciso desmistificar algo sobre a psicoterapia. Talvez, para aquele que não saiba ou não tenha feito, seja um mistério. E o desconhecido assusta. Sempre assustou. E para aquele que sabe o que é, talvez seja sim, uma dificuldade em lidar com algo. Que, vale a ressalva: não há como saber.
Sou suspeita. Acho linda minha profissão. Um de meus depoimentos sobre, seria algo que falasse da beleza que há no contato humano com si mesmo e com o outro. Do contato. Da descida às suas próprias trevas, aos seus campos floridos, à sua própria história.

Todos os dados acima são coletados em MOP - Minhas Observações Pessoais.