quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O livro e a estante em nossa própria casa.


Imagine um livro. Qualquer um. Aquele que você leu. Ou leu e parou. Ou aquele que nunca leu. Em todos os casos: o deixou na estante ou em algum lugar qualquer. Imagine que você possa ter limpado ou não essa estante e esse livro. E pode ter passado ou não por esse lugar. Aliás, você pode nunca mais tê-lo visto.
Algum tempo se passou... Como estará esse livro? Você quer abri-lo? Abriu e fechou? Não quis abri-lo ainda? O que encontrou?

Talvez, você nunca o abra ou...
Queira abri-lo.
Como estão as folhas dele? Seu cheiro? Está sujo, limpo ou igual a como o deixou na primeira vez?
Tem pó nele?
Esse livro pode ser sua vida. É uma das formas, mais ou menos, comparativas de nós mesmos ou ainda, de algo que deixamos ali guardado em algum lugar e que podemos ou não retornar a abrir, escolher ler ou não.
Eis então que Maria sente uma dor inexplicável no peito. Forte, angustiante.
Dias se passaram... Essa sensação a faz chorar de repente. Está sentindo dor.  Ela aumenta e Maria decide ir ao médico.
Ela lhe explica: - "Sinto fortes dores no peito, doutor. Elas aparecem de repente. Tenho vontade de chorar".
O médico lhe pergunta se há hipertensos na família, como se alimenta e se faz atividade física. E Maria conta que, talvez haja hipertensos, mas não tem certeza. Que faz atividade física e que sua alimentação tenta ser balanceada. Afinal, seu dia é corrido.
O médico lhe pede exames que possam mostrar possíveis diagnósticos de sua dor.
Maria, durante o período em que faz exames, é aconselhada por uma amiga a visitar uma simpática mulher que promete uma limpeza da alma. Maria pensa: "Que mal tem?". Por conselho de outra amiga, decide fazer Yoga. As amigas do trabalho lhe indicam um bom acupunturista. 
A mulher dada como limpadora de almas, lhe diz que estava com muita energia negativa, o acupunturista trata o local da dor e tenta entender o motivo. Fazer Yoga lhe trouxe diversos benefícios. Maria, retorna ao médico para lhe mostrar os exames. Descobre ter oscilações na pressão, porém nada mais grave e que justifique suas dores. O médico lhe pergunta então: - " Você já procurou um psicólogo".
PAUSA
Será que Maria está preparada para abrir seu livro? Será que ela quer abrir o livro?

As buscas de Maria são meios de entender o que aconteceu com ela. Causavam-lhe angustia. Tentou de todas as formas aliviar aquilo. O que no primeiro momento não é negativo.
Mas, voltemos ao livro do início. Depois de tanto tempo sem olhar para determinado assunto de sua vida, com o que poderá se deparar?

A psicoterapia é um meio de entender o que nem nós mesmos, às vezes, sabemos. Aliás, na maioria das vezes. Chegamos ao consultório dizendo nosso próprio diagnóstico, o que sentimos. E descobrimos (ou não) que na verdade aquilo não era bem aquilo. E é isso que faz a diferença com outras especialidades e profissionais. Digamos que as outras são mais óbvias, certeiras, "direto ao ponto". Irão tratar de curar (e digo curar mesmo) o que você diz doer. Na psicoterapia não acontece assim. Levamos em conta a dor que o paciente sente. Só que a ferida não é escancarada. "Pisando em ovos com meias de seda" fazemos um passeio por nossa própria casa e vamos abrindo janelas aos poucos e deixando o sol entrar. Portas e janelas se abrem ou se fecham, a limpeza pode ou não acontecer. E o passeio só acontece se assim quisermos.
É preciso entender que nem sempre, estamos dispostos a fazer a psicoterapia. Um entre vários dos diversos motivos? Não querer abrir aquele livro. É difícil. Por isso, não devemos ficar chateados quando achamos que alguém precisa fazer psicoterapia e a pessoa não faz. Ela precisa ser respeitada. Cada um em seu tempo.
Imagine que aquele livro pode estar há anos na estante. Apesar do conteúdo estar lá, ficou fechado, com poeira, teias de aranha, "orelhas" nas folhas, cheiro de mofo. Podem faltar folhas. Podem estar dobradas, etc... E pode estar intacto.
Respeitar seus limites e o dos outros é muito importante. O que é nítido para um é nublado para outro.
Abraços.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Dia do livro

No dia Nacional do livro, nada mais interessante para fazer que... LER!


Recomendo o blog de Fefa Rodrigues. Muitas indicações e dicas boas sobre livros!

Vale conferir!

Boa leitura!

Até

Falando em reciclar...

Pelo bem de todos, alguma coisa virou moda e é um benefício sério, importante e que pode deixar qualquer lugar, pessoa ou bichinho de cara nova!
Brinco com a palavra "moda", pois há muito tempo ela perdeu seu significado e foi desviada para o consumismo. E finalmente, a RECICLAGEM está sendo valorizada.
RECICLAR faz bem ao mundo! E de quebra, oferece momentos deliciosos em qualquer ambiente: escolar, familiar, amoroso, profissional, salutar, etc.
Imagine que gostoso que poderá ser, um momento de descanso criativo: você e seu filho! Criando coisas diferentes e ajudando o meio ambiente.
Aproveitar objetos e todo material que muitas vezes, olha-se com nariz torto e se pensa não ser mais aproveitável.
Abaixo algumas dicas que encontrei. Boa diversão!

No mundo da criança - No post "Aproveitar", Patricia Ferreira dá dicas com lápis de cera. Muito legal a ideia.

Educação de Infância - Muitas dicas com diversos materiais. Atualmente, está recheado de dicas para o Halloween.

Mimos de Infância - Dicas e trabalhos lindos. Muito material reutilizável.

Fábulas de encantar- Neste post, os autores mostram o trabalho que fizeram com os pequenos para recriar a chuva dentro de um pote de vidro. Muito interessante e criativo!

Luxo do Lixo - Hum milhão de ideias criativas e surpreendentes!

São essas as dicas de hoje.

Nenhuma ideia não é aproveitável. Procure as suas! 

Recicle ideias!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Leitura da literatura com a leitora e o leitor - disse quem escutava.

Ler. Uma excelente dose de curiosidade. Um despertar na criatividade e liberdade de expressão.
O hábito da leitura proporciona momentos prazerosos na vida de qualquer pessoa que se proponha a fazê-lo para si mesmo ou para alguém.
A leitura nos capacita a conhecer, aprender e a nos desenvolver como pessoas. Ela torna rico o vocabulário, assim como ativa a capacidade de assimilação. Faz com que, em poucos minutos, você saiba o que pode ou não em um contrato, como montar um objeto e como escrever seu nome. Indica o que o remédio causará, como se fez a História e nos conta o que acontece em nosso País e no mundo. Ela educa, estimula e nos torna mais curiosos. Desperta ideias, ideais e representa teorias. Faz com que, além de escrevermos bem, falemos corretamente. Aproxima culturas, casa pessoas e proporciona viagens sem que se saia de onde se está. Ampara-nos.
Além de todos esses benefícios e muitos outros, ler proporciona momentos. E enriquecedores. É possível ler em família, com os filhos, ao lado de seu animal de estimação ou sozinho. Há para quem ler: crianças, alunos, si próprio, pessoas que não saibam ler ou tenham alguma limitação, etc. Inclusive você pode ser voluntário com atitude tão simples.
Aproveite para estimular seu filho ao hábito. Escolham o livro que irão ler, mas escolham juntos. Pergunte se ele quer ler ou prefere que você leia. Interpretem o que estão lendo. Conversem sobre o assunto e percebam o que cada um entendeu. Exercitem a interpretação. Caso você não saiba ler e ele esteja aprendendo, o momento não poderia ser mais propício! Deixe que o (a) filho (a) leia para você. Aprenderão juntos. Tentem sentir as sensações. Façam desenhos, esculturas ou qualquer outra ideia que tenham. Mas, desenvolvam sobre o livro e suas compreensões. Vejam, quantas atividades positivas são possíveis em o quê? Trinta minutos?... Vinte? Leve o tempo que for necessário, valerá a pena.
Seu filho vai visitar o vovô ou a vovó? Peça para que leve um livro e o leia para eles. Proponha que faça uma interpretação e apresentação para a família.
Quer ser voluntário? Aproveite e procure instituições que podem estar esperando por você. Há muitas pessoas precisando de sua colaboração! Particularmente, gostaria de citar uma OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, Associação Viva e Deixe Viver - Contadores de Histórias, na qual, trabalha alguém que conheço e imagino, deva ser algo muito gratificante. Essa Associação capacita voluntários para se tornarem contadores de histórias em hospitais para crianças e adolescentes internados em oito mercados do país.

Ler é um bálsamo. É educação.

Apesar de todo dia ser dia de leitura, em 12/10 é comemorado o Dia Nacional da Leitura.

OBS: Busquei outros blog´s que falassem sobre o assunto. Achei o de Fernanda Jimenez. Muito interessante por sinal. Em seu texto, ela cita cem benefícios da leitura. Vale a pena conferir.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Corra... Não há tempo para sofrer!

Estamos no mundo rápido. 
Todos têm uma "carta na manga", um provérbio, ditado popular, frase "amiga" e conselho pra dar. E se parar e observar, todos sempre com a demanda "viva feliz", "não se importe", "podia ser pior", "pare de pensar ou se preocupar com coisas pequenas". 
De todas, as que mais me impactam, são aquelas em que as pessoas se demonstram os seres mais positivos e invencíveis. E ainda, demandam que você seja como elas.
E em tudo isso, me chama a atenção algo em particular: no mundo rápido, parece não haver mais espaço para sentir tristeza, sentir dor, sofrer, sentir "coisas" que alguém considerou ruins e negativas e impôs não serem certas de serem sentidas.
Grosso modo, se você acabou de amputar uma perna TEM QUE ficar feliz porque ainda tem a outra. Se está sem namorado, sorria, ser solteiro e dizer que é gostoso está na moda. Se você não pode ter filhos, "veja pelo lado positivo" você pode fazer um bem maior ao mundo e adotar uma criança. Trabalha muito? Sai cedo e volta tarde? Está reclamando de quê? Você ao menos, tem trabalho.
E veja, não digo que a capacidade de resiliência não tenha que ser levada em conta. Certamente, todas as possibilidades citadas acima, são verdadeiras e positivas SE passadas e sentidas. Ou seja, bacana ver o lado positivo das situações, desde que você e as pessoas ao seu redor não se esqueçam de que provavelmente aquilo doeu ou dói em você. Não é tão simples assim como se dita. E, aos meus olhos, essa postura me parece mais egoísta que positiva.
Buscar meios de se sentir bem diante do sofrimento é esperado. Mas, não se permitir sofrer... Isso sim é triste. TER QUE mostrar para o mundo o quanto você é positivo e não sofre, não é do HUMANO. Pelo menos, esse humano que vi até hoje.
A parte "estranha" nisso tudo, não é você ficar chateado em não estar empregado e pensar em algo que alivie sua dor como, por exemplo: "O que é meu vai chegar". Mas sim, dizer que está ótimo e que nem pensa nisso, quando na verdade não está ótimo e pensa nisso a toda hora.
É importante parar, sentir e sim, sofrer com o que lhe causa dor. PERMITIR-SE também sentir aquilo que não lhe faz bem. Onde está escrito que só devemos sentir as coisas boas?
Parece-me que do jeito que vamos caminhando, já já quando alguém querido falecer, a nova regra será: "É morreu, mas fique feliz porque você ainda está aqui e pode continuar. Não pare! Ele não ficaria feliz em te ver assim". Quer dizer, não posso nem chorar a falta de alguém!
Do meu ponto de vista, se permitir chorar, se sentir triste com alguma coisa e depois ver os caminhos possíveis é positivo. Mais que isso,  permitir que os outros possam se sentir triste ao seu lado e não o contrário como se tem visto: pessoas fugindo quando alguém não parecer ser o o boneco feliz e positivo que está na moda.
Não sofrer e não deixar sofrer é sofrimento. 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A separação dos pais

Antes de falarmos da separação em si, precisamos pensar no casal.
Há vários tipos de casais. Os casados, os que se juntaram e os que namoram. Em todos esses casos, os filhos podem ser do casal (não entrarei no mérito biológico ou adotivo) como também pode haver o caso de filhos de um dos parceiros.
E como tudo na vida, esse casal pode se separar.
Há quem ache, em tempos atuais, (e não entrarei no mérito: religião) que casal mesmo é aquele que fica junto para sempre. Essa imposição da sociedade causa dúvidas no relacionamento. Há quem se importe com essa premissa e viva constantemente na dúvida de se separar ou não. E ainda, há casais que acham que mesmo o relacionamento gerando desgaste tem-se que "aguentar" por causa dos filhos. E essa é a parte que me interessa.
Às vezes, é mais interessante para os filhos, quando os pais se separam. Apesar de, sentirem o sofrimento da separação, por fim poderão curtir os pais integralmente.
Sim. Pelo menos, estando separados, nos momentos em que o filho está com o pai, estará só com o pai e aproveitará o momento, assim como, com a mamãe.
É importante que os pais entendam que separar, apesar de ser um ato que muitas vezes causa sofrimento, (porque é preciso ver o peso emocional disso) é o contrário do que se pensa: ser a pior opção para os filhos.
E cabe aqui, detalhes sobre o que é a separação. Às vezes, ela é momentânea. Seria interessante (e não digo que seja fácil) que fosse compreendida como uma pausa, pois nem sempre é definitiva. Além de que, essa pausa pode reconstruir algo, pode fazer com que os que se separaram, voltem mais inteiros. Como o contrário também pode acontecer: perceberem que não é mais viável ficarem juntos.

Durante a separação, pode-se também usar a situação em favor e não contra. Nesse momento, pode-se explicar aos filhos que não é porque os pais não estão mais juntos que eles não precisam se ver. Eles podem também entender e ganhar conhecimento com isso de que os papais também têm problemas, também choram, também sofrem. Vale destacar que o problema é dos pais, não dos filhos. Ficar manipulando um contra o outro não é uma atitude inteligente e para os filhos é uma péssima ideia. Só causa angustia. Dizer que a mãe é isso, o pai aquilo, apenas os confundirá mais.
Outro ponto importante e saudável é que em vários casos, pode acontecer de os filhos de um dos parceiros se apegar ao que não é pai biológico ou desde pequeno. Isso merece respeito e deve ser levado em consideração. Não é porque o casal já não está mais junto, que o filho não pode mais conviver com aquele que considerava pai (ou mãe).
Outro ponto importante: não há família sem estrutura. Todas têm seu tipo de estrutura. O interessante é ir ajeitando essa estrutura. E ajeitar implica em construir, desconstruir e reconstruir quantas vezes, necessárias.
Há situações que precisam ser vividas. Não há como impedi-las. Há como tentar amenizar a dor, o sofrimento e dar um empurrãozinho para que aquilo seja passado da forma mais saudável possível.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Educação X Hipocrisia

O texto de hoje é curto.
Parece-me que educação é uma palavra que, por muitos, é relacionada SÓ com a área escolar.
Mas...
Não. Não é. Não é só isso. A escola também precisa de ajuda nesse sentido.
Educação é mais que isso.
É o que falta na mentalidade do brasileiro. Do humano.
Não basta ter educação. Essa... Essa educação que todos sabem dizer o que é.
Como disse no texto Bullying de ontem, hoje e amanhã insisto: Não basta sabermos o que é certo e errado. Não basta ensinar aos filhos que não é legal chamar o amigo obeso de bolota e o alto de girafa.
Duas coisas: É PRECISO ENSINAR A PENSAR EDUCADAMENTE E SER SINCERO NA EXPLICAÇÃO.

DE NADA ADIANTARÁ DIZER PARA NÃO CHAMAR O AMIGO DE GORDO, QUANDO CONTINUA-SE A ISOLAR O GORDO. 
O ideal é ensinar que NÃO É LEGAL ignorar o amigo (ou qualquer pessoa) que está acima do peso ou o alto ou o baixo ou o magro.
A sinceridade? Chamar a atenção do filho dizendo que não é certo rotular ninguém com nome nenhum! Muito menos deixar de falar ou se aproximar do amigo SÓ PORQUE isso ou aquilo.
E acho que, o mais importante dentro da sinceridade é alertar, comunicar e preparar o filho para o mundo em que vivemos. Sim. Em algum momento ele escutará alguém chamando o amigo (ou alguém) de careca, por exemplo. Sim, o mundo é cruel, às vezes. Mas, há vezes também, que alguns apelidos são carinhosos e nem sempre há maldade nisso. 
Dessa forma estará preparando o filho para esse contato. Ele mesmo criará seus conceitos e provavelmente (ou não) terá (ou não) educação. Saberá que o mais importante não está só em não chamar (isso é hipocrisia) o amigo (ou qualquer pessoa) por qualquer nome. Mas sim, em respeitar e saber os momentos em que pode ou não brincar com o amigo. Vide brincar por forma carinhosa de lidar com alguém.

Insisto: ensinar a pensar educadamente é sempre a melhor forma!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O atleta adolescente

O esporte na vida da criança ou do adolescente é muito positivo: ajuda na vida social, a traçar e alcançar objetivos, aumenta o senso de responsabilidade, trabalha auto-estima, mas... E quando a criança ou o adolescente tem que lidar com a vida esportiva, a escolar e outras atribuições?
Antes de falar sobre o assunto. Segue abaixo dois depoimentos:
"É difícil, estranho... É difícil de acompanhar. Muitas vezes, esporte + escola= notas baixas. Porque não dá para dar conta dos dois.
A escola é importante porque se você não souber as coisas, pode se dar mal na vida. Meu pai sempre me diz isso. O esporte é importante porque eu gosto e me deixa em forma".
(B. P. - 10 anos - 6º ano 5ª série)

"É difícil! Porque você precisa aprender a conciliar os dois. O esporte leva metade do seu tempo. A escola a outra metade. Tem os amigos, namorado e família. Sou adolescente e quero sair, ter uma vida social. Tenho a consciência do esporte e da escola, então não sobra tempo para essa vida adolescente".
(A.B.V.P - 15 anos - 2º ano do ensino médio)

Há muito o que pensar sobre o assunto. Existem muitos autores que estudam os fenômenos em torno.
O processo escolar requer muita responsabilidade. Veja todos os contatos que a criança e o adolescente têm nessa fase: contatos com professores, coordenadores, diretores e colegas; contato com diversas disciplinas e ainda têm de lidar com as dinâmicas e personalidade dos professores de cada uma delas; manter as notas para passar de ano e mostrar o bom rendimento;
Fora desse ambiente, alguns jovens ainda estudam idioma, têm aula de algo extra (por exemplo: canto ou qualquer outro instrumento) e... Praticam esporte.
Acontece que, esse esporte evolui na vida de alguns e em determinado momento pode tornar-se um compromisso com algum clube, por exemplo.
E ai vem a pergunta que paira sobre a mente dos pais: O que fazer? Como equilibrar as duas áreas? 
Bom, até aqui a intersecção é a seguinte: a própria família, a escola e o clube esportivo.
Felker apud Simões e col. (1999) diferencia conceitualmente os termos "prática escolar esportiva" e "prática esportiva escolar" onde o primeiro significa que o esporte faz parte da grade curricular da escola e o segundo a atividade esportiva fora do âmbito escolar, ou seja, extracurricular. (veja o trabalho citado acima, aqui).
É difícil para todos. Essa é a melhor resposta! Não é tarefa fácil nem para os filhos, nem para os pais (ou responsáveis).
Ainda mais, quando as notas despencam e o rendimento escolar pode não ser o esperado.
Cabe aqui, algumas considerações. Apesar de o Brasil ser um país que incentiva o esporte, a visão não é a mesma em ambientes escolares. Muitos profissionais da área não aceitam o cotidiano de alunos atletas, achando que o esporte é mais priorizado por adolescentes e pais do que a escola. (MOP - Minhas Observações Pessoais).
Então, na tentativa de diminuir o estresse, alguns pontos são fundamentais. É preciso que a escolha do colégio seja bem feita. Todas as dúvidas sanadas e que tenham bons conceitos sobre esportistas. Ou seja, pais e filhos devem perceber qual a postura da escola com relação à atividades esportivas fora dali. Pois, não implicam apenas, em idas ao clube e jogos. A vida do atleta abrange: treinos, jogos, preparação física, jogos em outras localidades. Em outras palavras, tudo que lembre: ausência, faltas, reposição.
É necessário também, que o aluno saiba que sua vida social não será igual à vida daqueles que não têm compromissos a zelar além da escola. Às vezes, "festinhas", "HP´s (house party´s), "baladas", "idas ao cinema", nem sempre serão possíveis. E isso tem que ser muito bem conversado com o filho adolescente e atleta, uma vez que está em uma fase de sua vida em que tais encontros fazem parte.
É preciso que o adolescente atleta entenda que sua vida é diferente. Assim como a adolescente bailarina ou o adolescente guitarrista.
O indicado é que os pais estejam inteiros para ajudar aos filhos. Entenda-se inteiro como mesmo que, com o coração apertado, consigam se manter firmes, pelo menos na hora de orientar. É uma troca.
Educação é saúde! Esporte também!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Dos caminhos possíveis...

Antes de mais nada: Não estou fazendo propaganda para benefício próprio.
É indicado que se procure psicoterapia quando a pessoa, assim o queira. Em outras palavras, essa decisão é daquele que escolhe e não de quem indica. A indicação é possível e saudável, porém a obrigação não.  
Enfim, o assunto não é esse, apenas quero deixar isso bem claro e nunca é excessivo informá-lo.
Este é o primeiro texto de algo que falarei em algum seguinte. Mas, agora, neste (primeiro) momento o chamarei de: resistência. Mas, pode ser também: negação.
Chama-me a atenção que, dentre os mais diversos motivos em buscar ajuda de (todos os tipos), uma das quais, mais percebo (talvez, por minha profissão) haver resistência ou negação é a psicoterapia. (Dados de MOP - Minhas Observações Pessoais).
As pessoas vão aos mais diversos tipos de terapias alternativas, todos os meios de misticismo. E o que parece lhes causar sofrimento é sempre deixado em algum lugar desconhecido. Longe de criticar os meios citados, acho que algumas terapias são válidas e interessantes e defendendo o livre arbítrio, acho também que seja lá qual for o misticismo, qualquer um tem direito a consultá-lo.
É intrigante o por que de a psicoterapia parecer ser uma ideia que até passa pela cabeça das pessoas, mas é negada.  Ou ainda, por que não é adicionada à todas as outras tentativas? Como psicóloga, uma das respostas poderia ser: "Porque o indivíduo em questão, ainda não está preparado para entrar em contato com algo em determinado momento. Ok. Mas, se fosse exemplificar: Pensemos no caso de alguém que está com algum problema de pele. Essa pessoa, provavelmente procurará um(a) dermatologista. Descobrirá o que possivelmente está causando aquela alergia e fará (ou não) o tratamento. Acontece que... Nem sempre só o tratamento funciona. Pronto! Está dada a largada para a odisséia de buscar alguma resposta além daquela. O sujeito então, faz: acupuntura, pilates, reiki, visita um(a) tarólogo(a), faz massagem, toma floral, verifica a numerologia,etc. A conta é fácil: tudo menos????
Um psicólogo.
Destaco: Nada contra aquilo que for procurado sem ser um psicólogo. Mas, talvez, esteja sim, comentando a falta de no meio de tudo isso, TAMBÉM procurar um psicólogo. E isso vai além de minha crítica. O que digo é que: muitas vezes, essa manobra não é consciente. Não é feita de propósito. Em alguns momentos, é muito mais fácil (e até mais prazeroso, menos complexo) ouvir o que têm para falar de mim ou ver em mim, do que, eu mesmo ver e falar de mim.
Há, uma espécie de piada que tem relação com isso: quando o orçamento aperta, o primeiro item da lista a ser cortado é o psicólogo.
Continuando...É preciso desmistificar algo sobre a psicoterapia. Talvez, para aquele que não saiba ou não tenha feito, seja um mistério. E o desconhecido assusta. Sempre assustou. E para aquele que sabe o que é, talvez seja sim, uma dificuldade em lidar com algo. Que, vale a ressalva: não há como saber.
Sou suspeita. Acho linda minha profissão. Um de meus depoimentos sobre, seria algo que falasse da beleza que há no contato humano com si mesmo e com o outro. Do contato. Da descida às suas próprias trevas, aos seus campos floridos, à sua própria história.

Todos os dados acima são coletados em MOP - Minhas Observações Pessoais.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O Ensino médio acabou e agora?

Agora, é hora de: pesquisar, refletir, avaliar, conversar e fazer tudo aquilo que possa ajudar na escolha do rumo a ser seguido.
Alguns pontos que ajudam na escolha:

Escrevendo sobre a opinião: é interessante escrever ou pensar sobre as profissões de interesse. Refletir sobre o que achamos e em seguida...

Buscar informações concretas sobre a profissão: e fazer um balanço sobre o que se pensa e o que é de verdade.

Analisar as informações: depois de reunir os dados é importante prestar atenção à parte mais exigente da carreira, pois esse será o lado que poderá desmotivar o caminho. Pensando: "se dou conta da parte mais difícil, talvez a parte mais fácil e que mais gosto serão mais leves". Normalmente, o adolescente quando escolhe a profissão, tende a olhar o lado deslumbrante do trajeto. É o caso, muitas vezes, de quem quer fazer Turismo, por exemplo. Esse adolescente pode achar que irá APENAS, viajar e conhecer lugares e pessoas, mas se esquece de que toda essa realidade (sim! ele possivelmente terá contato com tudo isso) será em feriados, finais de semana, férias, enfim... Momentos em que a maioria das outras pessoas está passeando e ele trabalhando.

Conversar com pais, mentores, professores e toda pessoa importante para aquele que escolherá: uma boa conversa com um bom "orientador" valerá muito a pena! Ele contará a parte concreta da profissão, orientará com mais responsabilidade e o mais importante: falará de sua própria experiência. O que é muito rico. Essa conversa é interessante não só por esclarecer, mas também porque muitas vezes, podem-se perceber pequenos detalhes. Por exemplo, que nem sempre o que o pai exerce é a melhor carreira a ser seguida. Pelo contrário. Isso pode ser uma boa fonte de angustia. Pense assim: se o pai do adolescente tem uma banca de jornal e o filho decide seguir o mesmo caminho (por influência do pai, ou porque acha que é o melhor pra ele por se identificar com o pai), poderá em algum momento, ficar muito chateado por não conseguir vender o jornal como seu pai o faz. MAS, ISSO NÃO QUER DIZER QUE O FILHO SEJA FRACASSADO. APENAS, NÃO TEM A MESMA APTIDÃO QUE O PAI PARA ISSO.

Uma boa orientação vocacional: sempre é bem-vinda! Através de observação, análise, atividades e testes são possíveis obter dados que indiquem aptidões, habilidades e "jeito" para determinadas áreas ou profissões. Vale ressaltar que a orientação não é garantia de nada.
Ela apenas viabiliza os caminhos POSSÍVEIS a serem seguidos e não a profissão em si.

Depois de tropeços, aprendemos até isso: como cair...

Quem nunca tropeçou na rua e bem tipicamente deu aquela "olhadinha" para o chão com cara de "Nossa o que foi isso?" ou soltou aquela gargalhada de si mesmo? Exceto crianças, que ainda não têm a capacidade de disfarce (pois, isso é frustrante pra elas), quase toda pessoa crescidinha já fez isso em algum momento da vida (MOD- Meus Dados Observados).
Conversando com uma amiga surgiu a indagação: Por que em algumas situações não queremos mais dizer nada e vivemos quase que uma relação alienada com pessoas e objetos?
Pensei: "Talvez, porque depois que tropeçamos, aprendemos até isso: como cair".
Aquele momento em que percebemos que vamos cair, a sensação de rubor no rosto, em câmera lenta indo em direção à queda, a voz como em desenho animado "ooooouuuuuuuwwww nnnnnnããooo aaaaaaííí" e depois de muitos tropeços, você é craque na arte: ajeita o corpo, coloca as mãos na frente e tenta num impulso desesperado amenizar a queda. Certamente, se houver alguém ao lado, perguntará (diga-se de passagem, a pergunta mais óbvia e ridícula): "Tá doendo?". E a resposta (talvez mais ridícula que a pergunta): "Não." Pera lá. É claro que doeu. Sempre dói. Nenhuma queda, batida de braço ou cotovelada passa despercebida. E, por algum motivo, a resposta "Não" é quase que uma tentativa de nos enganarmos, pensando que somos fortes e que aguentaremos firme a dor daquele dedinho que bateu na quina da porta.
(Só mais uma informação falando um pouco sobre as crianças: depois, que a criança já deu seus primeiros tombos e já sabe perceber e responder, é bem comum ver que algumas respondem, antes mesmo da famosa perguntinha: "nem doeu!"). 
Agora, vamos aos tropeços da vida que...
Acontecem e também são dolorosos.
São alguns deles: perdas de todos os tipos, enganações, decepções, saudades...
Mas, dependendo do tropeço, no próximo, suas artimanhas serão mais elaboradas. A dor existirá, a sensação pré-queda também. O plano "B", por fim será usado. Muito provavelmente o tombo ou a "sambadinha" acontecerão. Mas, a forma como lida-se com isso pode mudar (ou não).
Enfim, de forma ou outra, aprende-se a tentar se proteger. Se funciona? Não sei! Pode ser que sim. Como pode ser que tentando nos proteger, nos machuquemos mais. Ou ainda, machuquemos alguém.
É bom percebermos que o plano "B" pode nos ajudar. Que nem sempre o "A" é o ideal. Planos "C" e "D" são alternativos.
Voltando para a possível resposta sobre a pergunta levantada no início do texto... "Dependendo do lugar onde caí, não passarei mais perto dali". Ou seja, "dependendo da decepção que tive, passarei longe de oportunidades que me possam causar tal sentimento". Talvez, "chegue a ignorar por completo ou simplesmente, perca a vontade de me propor a me machucar novamente". Isso é bem diferente de viver evitando a queda. Exemplos: Depois de uma decepção amorosa, voltar a namorar é um modo de saber que posso me machucar (cair), mas que posso tentar me cuidar para amenizar possíveis decepções (tropeços). Já, "quando quero evitar a queda, passo o tempo todo colocando a mão na minha frente e na do outro", tentando evitar o inevitável, em outras palavras, o relacionamento é tratado como uma bomba que pode explodir a qualquer momento. E quase certo: explodirá. Muito controlado. Agora, "se perco a vontade de me machucar novamente ou ainda e não menos importante, se cansei de me levantar, talvez deixe de namorar". O pensamento se torna óbvio para quem o tem: "Nunca mais namorarei e assim, evitarei a queda e suas consequências. Pois, se não namoro, não me decepciono".

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Internet, redes sociais e suas "regras"


Brinquei com o nome “regras” no título da postagem. Na verdade, são certos protocolos invisíveis. Atitudes que a maioria faz, mas nem todos falam.
Como disse em publicação anterior (Bullying de ontem, hoje e amanhã), a internet faz parte de nosso cotidiano e precisa ser incluída no contexto da vida. Muitos têm perfil em alguma rede social, o que se tornou uma espécie de vida virtual. E a grande maioria faz uso da internet, que...
Traz com ela, uma porção de pontos positivos, mas apresenta também, um mar de possibilidades negativas. Entre os pontos positivos: encontrar pessoas, empregos, informações, etc.
Apesar, de todos os impedimentos para que não se aja de má fé, qualquer um pode ser “quem” e “o que” quiser na internet. Não há forma de controlar isso, a não ser investigando ou denunciando. Mas, para isso é necessário que alguém pare, observe e investigue. Num primeiro momento, você é o que “aparece” (no perfil, no chat, nos fóruns, etc).
Agora falo por mim, (não há nenhuma comprovação empírica, apenas minha observação) como as redes sociais são vidas virtuais, lá se podem muitas coisas que fora (de lá) são mais complicadas, vou citar algumas delas.

Saber da vida alheia: Vejam, tempos atrás, e nada muito distante, para saber de um amigo, era preciso ir à sua casa ou ligar e perguntar se ele estaria por lá. Corria-se o risco de não ser atendido ou (a pessoa) não estar. Mas, havia interação. Eu falava, perguntava, conversava. Hoje, clico na página dela (e, muitas vezes, não precisa fazer parte de seus contatos) e sacio a fome de saber sobre ela.

O mundo dos “EXS”: Aquele ex-namorado (a), ex-marido (a), ex-chefe, ex-vizinho (a), ex-alguma coisa é vigiado (a) como por um exímio investigador, que nada mais é o dono do perfil na rede social. As relações demoram mais a ter fim, porque aquilo que antes era chamado como término de relação, que implicava em terminar algo com alguém e dificilmente voltar a vê-lo (a) tão rápido, hoje é possível, com apenas um “click”. Não se desvencilha. Continua-se falando, “cutucando”, observando, vigiando, etc. Sem contar nas regras subentendidas: o (a) ex-alguma coisa adiciona a seus contatos todos os familiares e amigos de seu ex-alguma coisa, menos o ex em si. Interessante, não? É tão avançado, que se pode bloquear quem você não quer que saiba de sua existência virtual.

Amigos (contatos): Possivelmente, em algum momento receberá uma solicitação de amizade daquele “amigo” que você nunca vê, ou vê e nem é tão amigo assim. Sem a internet, essas pessoas não seriam vistas, não fariam parte de seu círculo de amizade e você talvez, nem ligaria para elas. Mas, nas redes sociais é outra “regra” subentendida. Aceito o amigo, mesmo não sendo bem-vindo em minha casa virtual. Mas, por quê? Uma das possibilidades que me vem à cabeça: é desagradável mostrar para o mundo que você não aceitou o fulano de tal. Mas, esse item tem seu lado positivo. É provável manter contato com aquela pessoa que mora do outro lado do mundo e que antes, a comunicação era feita à carta (quando se tinha algum endereço). Era preciso sentar, imaginar o que você diria sobre você mesmo (porque hoje, ela não precisa que você informe, apenas vê seu perfil), pensar o que perguntar sobre ela (porque hoje você vê o perfil dela), escrever (e não digitar), ter o endereço de sua casa, ir ao correio e por fim, enviar a carta.

Mostrar fotos: Para que pessoas de seu convívio vissem seu álbum de fotografias da viagem de férias, precisaria da organização de um encontro. Você levava seu álbum e as pessoas desfrutavam do momento. Podia-se também, convidar os amigos para à sua casa, passar algum tempinho com você. Participar de sua vida. Hoje, clico em um dos vários álbuns e conheço um pouco do que o dono do perfil QUER QUE EU VEJA de suas fotos.

Indiretas, diretas e retas: Mais um universo de “regras” subentendidas. Ficou sabendo que pessoas se desentenderam? Antes, usava-se o telefone ou de forma mais atual, o email. Era preocupação. Hoje, se tem as notícias do dia, na página de início, mas não com as do mundo, mas sim de meus “amigos”. E as mensagens cheias de indiretas e diretas. O que acontece? Não falo de determinado assunto ou não converso com beltrano porque talvez, “a patada” seja comigo ou eu já tenha falado algo referente ao que ele esteja reclamando. Pronto! Alastra-se a perseguição.

Enfim, temos muitos itens que poderiam ser citados. Não quero passar a impressão de que não sou a favor da internet. Faço uso também e caso contrário, não escreveria aqui. Acho que a internet e as redes sociais são avanços que merecem admiração. Mas, seu uso deve ser cauteloso e inteligente.
É a morada de pessoas saudáveis, mas também de: pedofilia erótica, abusos de todos os tipos, golpes, criações de perfis falsos, etc.
Vale um espaço aqui: buscar informações na internet é comum hoje. E muitas delas são realmente facilitadoras. Mas, sabendo o que se busca. Questões salutares, autodiagnóstico, automedicação, não trarão benefícios. Pelo contrário! Só fará a angustia aumentar e muitas vezes, com informações errôneas. É importante, sempre consultar um profissional.
Compras: veja a procedência. Não vá direto ao local, se informe antes.
Tudo o que for usado de forma consciente, traz benefícios. Inclusive a internet.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O ato de doar

Doar faz bem. Ajuda pessoas, animais, meio ambiente e a si próprio.
Claro que com boa dose de respeito por si mesmo. Não quero sugerir que ninguém faça nada que não queira. Esclareço, para que não entendam que estou fazendo campanha de doação. Muito menos, propondo que isso se torne uma “cobrança consigo mesmo”.
Apenas falar sobre o assunto.
A atitude de doar não é só aquela ligada a roupas, utensílios ou qualquer objeto.  Pode-se doar: amor, carinho, roupas, alimentos, etc.
Doar deveria antes de tudo, ser uma reflexão. Doar é um ato recíproco. Quem doa, também recebe.
Essa reflexão, por exemplo, poderia abranger: para quem, o quê, quando e como.
Para quem: Quem são os que receberão a doação? Parece besteira pensar nisso, mas do quê adiantará dar, apenas, roupas a um morador de rua, se essa pessoa está passando fome, sede e frio? Pessoalmente falando, costumo dar roupas e outros objetos, mas sempre acrescento uma garrafa de água ou outra bebida. Coloco também algum tipo de alimento. Alguns podem até me criticar, sugerindo que isso é o que eu penso ser a necessidade do outro. Mas, tenho resposta pra isso: tento me colocar no lugar do outro e imaginar o que precisa. E sim! Essa é minha reflexão.  Pode-se ir além e dar outras utilidades.
Muitas vezes, acabamos criando algum elo com quem recebe e por que não, perguntar o que está precisando e se estiver ao alcance, ter a iniciativa.
O quê: como disse acima, nem sempre a doação é concreta. Pode ser também um projeto. Visitar algum local. Levar atividades por determinado tempo ou apenas, amor.  Abraçar, às vezes, deveria ser considerada necessidade básica. Sangue é outro assunto pertinente. Caso não possa doá-lo sempre, pense na possibilidade de doar plaquetas, por exemplo. Doação de órgãos cabe aqui também. Religião a parte, é outro tema para ser refletido. Tempo é outro ponto importante. Falando novamente no mundo rápido em que vivemos. Tempo é algo que não se tem mais, muitas vezes, nem para um familiar.
É interessante pensar também, em doar aquilo que não conseguimos dar conta de cuidar: animais e plantas, por exemplo. E melhor ainda, fazer o exercício de refletir se conseguirá ou não cuidar, antes de pegar para si, bichinhos, plantas ou flores. 
Quando: no momento em que se possa.  Há pessoas que exercem o voluntariado. Ou têm datas específicas para a atitude. Existem também, aquelas que vão quando lhes dão vontade.  O importante? Cada um, no seu tempo. E, óbvio, há aqueles que ajudam assim que percebem a necessidade (catástrofe, calamidade, etc.).
Como: das mais variadas formas. Em grupo, individualmente, pelos meios de comunicação, pelo jeito que mais lhe convenha.
Respeito sempre! Consigo e com o outro.
            É interessante que não seja sofrido. Dê aquilo que pode. Se não consegue ainda, respeite-se. Pense bem e veja o que prefere.
Falo isso, porque sempre há algo que até pensamos em doar, mas que ainda gostamos ou temos certo apego. Se não sem sente bem ainda, pense bem e decida o que for melhor, a partir de seu ponto de vista.
Visitar instituições carentes também. Se, você percebe que vai sofrer se for ao local, veja bem o que fará. Pense em como se sentirão as pessoas, vendo sua reação (que podem ser: choro, alegria, etc.) em vê-las. Pode ser bonito pra você, mas para quem vive ali, nem tanto. E sei que há os dois lados. Talvez, quem receba sua visita fique feliz em ver que você se sensibilizou.
O ato de doar pode ser uma fonte de união, inclusive na própria casa, entre amigos ou familiares.
Imagine que rico! Uma atitude como essa, favorece que pais incluam os filhos nessa separação do que poderão doar. Amigos podem se encontrar para organizar visitas em instituições ou simplesmente, juntar o que doar.
Fica aqui, minha doação de tempo, nesse pedacinho de pensamento sobre o assunto!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Brincando, melecando e sorrindo!

          É comum que pais, avós e responsáveis chamem à atenção das crianças quando estão brincando com materiais que possam se sujar ou sujar o ambiente em que estão.
Entendo que há momentos, que é necessário tomar cuidado e evitar problemas maiores, mas é importante que os adultos entendam também, que isso faz parte do desenvolvimento dos pequenos.
Misturar cores, colorir papéis, deixar cair pinguinhos de tinta na roupa, sujar os pés (ou tênis) com terra é sinal de que ele está brincando.
Chamar à atenção o tempo todo dizendo: "não vá se sujar", atrapalha o momento e deixa a criança tensa. O foco de sua atividade muda de pintar, para tomar cuidado (em não sujar). E lá se foi o prazer da brincadeira.
Não estou propondo que papais e mamães deixem os pimpolhos fazerem o que querem: pintar a casa toda, manchar toda a roupa ou chegar ao ponto de estragar algo, se machucar ou machucar alguém. Mas, pela supervisão de um adulto, sem que ela (a criança) seja cobrada o tempo todo, o momento fica mais gostoso. E, quando necessário, é importante sinalizar que, apesar da brincadeira estar gostosa, perceba que sujou a roupa, por exemplo. Mas, primeiro deixe-a que faça, para depois interferir.
Inclusive, é apropriado que se os adultos consigam, façam parte da brincadeira.
O momento é de entrosamento e durante a atividade, você pode fazer com que ele vá percebendo o que possa lhe incomodar ou não. Mas, que seja o incômodo dele e não dos pais.
Esse tipo de momento, ajuda no desenvolvimento da criatividade, desperta curiosidade e integra.
Além disso, através desse tipo de atividade, pode-se ensinar muitas coisas, entre elas: senso de responsabilidade em simples atitudes, como por exemplo: ter uma caixinha para os materiais, um lugar apropriado para a atividade, pegar e depois guardar pincéis, etc.
Outro ponto interessante é desenvolver a capacidade de dividir. Quando pequenas, as crianças atravessam uma fase narcisista. Que beira o egoísmo. Mas, não se assustem! Além de ser esperado, é necessário. E, podemos dizer que é o egoísmo saudável. Nesta fase, ela precisa sentir que algumas coisas são dela e só dela. E veja que bacana! Através desse tipo de comportamento junto com atividades lúdicas, é possível despertar a divisão. Fazer com que o pimpolho note que não há problema  em brincar com seu material e compartilhar o momento com outros amiguinhos ou parentes.
Bons lugares para criançada, entre seis e doze anos, brincar e aprender, são os acampamentos. Durante as temporadas, eles aprendem a conviver em grupo, dividir, desenvolvem a capacidade de cuidar do seu, do amigo e do coletivo; percebem a responsabilidade e cumprimento de horários, entram em contato com a natureza, assim como respeitá-la; e o melhor de tudo: sorrindo, brincando e se divertindo com a supervisão de equipe!
        

 * As fotos compartilhadas acima, com exceção da imagem da criança com as mãos pintadas, foram retiradas do site Wal Atividades de Lazer, temporada de julho - 2012 do WalCamp. Para conferir, acesse o link no campo VISITE do blog.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Envelhecer

Envelhecer é um processo de ordem natural e que determina as etapas do ser humano.
Com ele traz mudanças: físicas, biológicas, psicológicas e sociais. Acontece, portanto, desde que se nasce. No primeiro minuto de vida considera-se estar mais velho, pois por mudança que não aparente, não se é mais o que se foi no minuto anterior. Só por tal conclusão, não seria ideal chamar alguém de velho, apenas quando atravessa determinada idade. Acontece que, por conta da sociedade foi estipulado que houvesse uma classificação das etapas da vida - por condições financeiras, salutares, biológicas, sociais, etc.
Phillipe Àries em História Social da Infância e da Família comenta que "cada século teve sua preocupação mais forte com cada etapa da vida humana".
Cada fase da vida, do ciclo humano, faz a pessoa pensar e analisar uma série de possibilidades, entre elas: o que ganhou e o que perdeu. E como não é diferente, na fase adulta, isso também acontece. Porém, não se pode esquecer que o que é perda pra um, é ganho pra outro. De acordo com Papalia &Olds em Desenvolvimento Humano, "nesta fase as pessoas precisam enfrentar perdas em muitas áreas e a iminência de sua própria morte".
Um assunto bem pertinente é o da aposentadoria. A pessoa que está com mais de sessenta e cinco anos, que tenha trabalhado durante sua vida, recebe um montante referente a um salário em sua chamada aposentadoria. Supondo o nome, agora: aposentado (falando em ganhos e perdas... Perdeu o nome "trabalhador" e ganhou o "aposentado"). Este sujeito perde, se é que se pode chamar assim, seu emprego. Mas, ganha a suposta aposentadoria. Ele, então ganhou e perdeu ao mesmo tempo. Mas, numa sociedade em que trabalhar é produzir e sentir-se produtor e ativo, ganhar uma aposentadoria com a sensação de não produzir é realmente um ganho? Na balança da pessoa idosa, isso pode ser algo, extremamente sofrido e, portanto, pode significar, apenas, perda em sua reflexão.
Pensando em ritmo é interessante atentar que envelhecer é um processo coletivo (acontece com todos), mas tem sua individualidade (pra cada um, de um jeito).
O tempo de execução (se mais rápido ou mais lento) e a forma (certa, errada, coreografada ou espontânea) pouco importam quando se atravessa essa etapa da vida. A música é a mesma, mas com ritmo diferente. A sabedoria da fase é que tranquiliza.
É muito que se pode pensar, falar e questionar sobre o assunto. É vasto e muito bonito.
Envelhecer é um processo que merece respeito, olhar carinhoso e espaço para ser tema de reflexão. É muito que sentir. É um apanhado de sentimentos, sensações, pensamentos...
E como tudo, além de lidarmos com nosso próprio envelhecer, temos que (aprender a) lidar com o envelhecer do outro.


Só uma ressalva: quando fui procurar uma imagem para colocar neste texto, encontrei a que está acima, no site: http://www.lunaeamigos.com.br/varal/varal11.htm 
Achei muito interessante. Pelo que entendi, a foto é de Olga Fonseca, uma das participantes do site.
Nesse link que compartilhei, aparecem poesias feitas pelos participantes, no que parece ser, um espaço deles refletindo o assunto. Coicidentemente foi o comentado aqui.
Vale conferir!

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Bullying de ontem, hoje e amanhã

     Bullying é um dos fenômenos mais falados atualmente. Sua denominação caracteriza situações de agressões que podem ser físicas ou verbais, assim como presenciais ou virtuais.
O termo vem da Língua Inglesa, da palavra "Bully" que traduzida tem o significado bruto de "brigão". O que se entende ser o ato de humilhar, amedrontar, intimidar alguém de forma proposital e muitas vezes, repetidamente.
Ele pode acontecer em muitos ambientes e um dos mais comentados é no escolar.
Beiro os trinta anos e posso dizer que, na minha infância e adolescência não existia nome para isso. Assim como o Racismo era falado, mas não respeitado. Era muito comum ouvir: "o japa", "o negão", "o alemão", "o chinês", "o careca", "o gordo", "o baixinho", "a magrela", "a grandona", ”o vesgo” , "a altona", " a bonitona", enfim... Inúmeros adjetivos para todos. E por mais que tais nomes machucassem e causassem tristeza para os assim chamados, nada era feito e as pessoas pareciam não pensar no assunto. Não quero aparentar reclamação por dizer que ninguém pensava no assunto. Quero passar a ideia de que isso não era pensado (por algum motivo que não sei especificar - talvez, éramos mais inocentes? Não sei) e acho rico, que hoje, estudem, falem e analisem as situações. É muito importante, pois as consequências podem ser marcantes na vida da criança ou do adolescente.
Acredito que não sejam, só as denominações tidas como maldosas, as que causem funções negativas. Em outras palavras, crianças e adolescentes considerados muito bonitos ou bons em determinados campos também acabam sofrendo isolamento.
Temos três realidades que são as que quero comentar aqui: O bullying passado que é aquele que aconteceu antes de estudarem o assunto e assim o chamarem, o presente que é o que se fala atualmente e o futuro que podemos apenas, dar palpites de como será.
Hoje, temos a internet. Não podemos não considerá-la. Redes sociais são quase que casas virtuais e lá se recebe quem  se quer (na suposta casa). Vive-se virtualmente.
 Minha vontade em falar do assunto, despertou a partir do contato com um grupo formado em uma rede social. Seus integrantes: alunos de uma mesma escola. Lá resolveram juntar-se e usar o espaço para: postar fotos, comentar sobre o antes e o depois, combinar reencontros, etc. O que fosse possível. Em determinado momento, me atentei em observar que alguns integrantes não foram aos encontros, pareciam estar envergonhados, demonstravam sentimentos de que gostariam de ir, mas não se sentiam acolhidos (QUE FIQUE CLARO QUE ESSA É MINHA IMPRESSÃO). Na verdade, o grupo parece ter adicionado muitas pessoas, mas no fim, apenas os mesmos (amigos do passado e talvez, ainda no presente) foram os que organizaram e foram aos encontros (sem haver exclusão da parte deles, ou seja, convidaram todos, mas nem todos foram).
Pergunta: Como fará aquele aluno que quer ir, mas que se sentia rejeitado na época (da escola) para ir ao encontro?
Pensemos: essa pessoa cresceu numa época em que bullying não era bullying.  Era um apelido (ou inimizade do amigo) e ponto final. Na época, ele tinha duas possibilidades: contar para os pais e escola (que muitas vezes, diziam para ser forte e enfrentar ou se afastar do amiguinho que o magoara) ou ir pra casa (sem, muitas vezes, contar para pais ou escola) e fingir que não era com ele (embora a atitude tivesse um impacto psicológico no sujeito. Causando sofrimento da mesma forma). Essa pessoa cresceu e entre as várias possibilidades de como aprendeu a lidar com o mundo, uma delas pode ter sido a de se afastar. Afastar remete ao medo. Ao não enfrentamento. Ao ato de não ir, de desviar. Saudável? Não sei. Foi a forma como aprendeu a lidar.  Anos se passaram, e via internet (sim, a internet trouxe a possibilidade de termos que criar outros desvios na vida - se antes eu fazia de tudo para não encontrar aquele "cara" que "ria de mim" na infância - na internet ele veio sem ser chamado e preciso aprender de alguma forma a lidar com isso novamente)  ele encontra seus amigos de infância. Os mesmos que o levaram muitas vezes, ao isolamento. E que eram idolatrados por outros amigos. Sim! Os "valentões" eram, muitas vezes, tidos como legais. E eis, que EM MINHA OPINIÃO, aquele mesmo sentimento da infância, volta. É como se naquele grupo feito na rede social, voltassem todos a ter dez anos de idade. E isso traz o sentimento de desprezo, isolamento, falta de acolhimento.
Seguindo esse raciocínio penso o seguinte: a criança ou adolescente dos anos oitenta, noventa (ou anterior) têm sua forma de lidar com o mundo completamente diferente da criança ou adolescente dos anos 2000.
Hoje, todos se atentam mais ao assunto. Pais e equipe escolar percebem mais rápidos se aquele aluno está ou não triste por alguma atitude do colega ao lado. Alunos se preocupam mais, antes de chamar o amigo de "gordo" ou "baixinho", crianças e adolescentes sabem mais sobre bullying do que especialistas no assunto. Ou seja, há um lado mais "afável" nisso tudo, uma boa convivência, certo cuidado com o outro e consigo mesmo. Mas, há um lado negro também. "Eu não falo, mas continuo pensando". Não falo mais: "E aí grandão?", mas penso: "Nossa! Que grandão!". E sabem? Uma das coisas que acabou acontecendo é muito comum em diversos assuntos: Apenas, coloca-se um véu sobre o tema. No fundo, no fundo, o problema é o mesmo: Educação!
Precisamos pensar educadamente. Não adianta não falar mais, mas pensar. Pois, o pensar leva à atitude. E no fim, continua-se tratando o "magrelo" como "magrelo", embora não o chame dessa forma. Isola-se do mesmo jeito.
Penso que, enquanto a educação não for foco, continuaremos (e aqui posso chegar perto de dar meus palpites sobre o futuro) no estudo e não na solução (e muitos dirão: Se é que há solução). Acho muito importante o estudo do que são as coisas, mas seria mais interessante ainda pensarmos e nos dedicarmos também à solução (mesmo que não haja uma uniformidade), vista também em assuntos como a prevenção e promoção de Saúde, por exemplo.
Concluindo: não adianta eu pedir para que criança me conte se alguém o destratar. Muito menos, dizer para não chamar o amigo de "gordo". É Preciso ensiná-lo a pensar que o menino ao lado, que estuda com ele, é tão humano quanto os outros. Não importa suas qualidades físicas ou mentais. É necessário ensinar que se algum colega o faz sentir-se mal, busque suas formas de lidar com aquilo: tentando conversar com o amigo ou com familiares ou profissionais da escola, por exemplo. Mas, isso tudo com tom de acolhimento e não de: "Conta o que te falaram para eu ir lá reclamar". Até porque, antes de tomar essa atitude temos que pensar que essa criança ou adolescente se sentirá mais exposto ainda.
E um ponto muito importante também, é que crianças reproduzem atitudes de adultos. Então não são só eles que têm que pensar educadamente, os adultos ao redor também.
Fica minha tentativa de colaborar em levar o conhecimento de grandes estudiosos (não a fazer sensacionalismo do assunto - porque mostrar situações de bullying é fácil - difícil é mostrar o que se deve fazer para que não aconteça) sobre ao que mais tentam mostrar com suas especialidades: o que é possível fazer para evitar tais comportamentos.
Não sou especialista no assunto, mas recomendo o livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz de Cléo Fante.

terça-feira, 5 de junho de 2012

A morte na visão da criança

    "A florzinha nasce, cresce, se desenvolve e morre". Muitas vezes, essa explicação sobre os seres vivos já nos dá a ideia de que a criança tem a capacidade de entender que tudo morre.
Portanto, achar que eles não conseguem entender a morte, não é tão verdade assim. Esse pensamento aparece mais por conta da dificuldade que os adultos têm perante a morte. 
É natural que, não imaginemos falar tão cedo sobre morte com elas. Muito menos, contar que alguém faleceu.
Fala-se que tudo morre. Mas, evita-se ao máximo falar da morte dos seres humanos. Da própria morte! Fala-se então, da florzinha, do cachorrinho, do gatinho, da plantinha, etc.
Alguém falece e como explicar isso ao pequeno? Deve-se explicar? Ele entenderá?
Para os próprios adultos é difícil lidar com a morte. Apesar de atualmente, o assunto ser mais abordado, ainda é tabu em muitas sociedades e seus grupos. Então, como aceitar e encarar que uma criança lide com tal situação?
Os próprios adultos tentam buscar e resignificar seus conceitos sobre a morte. Fala-se das mais diversas hipóteses: vida pós-morte, meios de contato, etc. De maneira geral, tudo referente àquilo que dizem ser: “a única certeza da vida”. E isso também é questionável: talvez, a única certeza da vida, seja a própria vida, pois sobre a morte, pouco se sabe!
Numa tentativa com intuito de “proteção”, pais e familiares evitam o contato da criança com a morte. Seja contar-lhes (que alguém faleceu) ou mostrar-lhes (a pessoa falecida). Às vezes, tem-se a ideia de que evitar o contato da criança com a notícia da morte seja a melhor opção. Não necessariamente! Não é preciso dizer sem cautela nenhuma que alguém faleceu. Mas, pode-se contar de forma lúdica, de maneira que ela entenda a situação e principalmente, saiba que a pessoa não será mais vista. Mentir nunca!
Digo a pessoa, pois falo do humano. Mas, esse contato com a morte não se restringe ao ser humano. Pode, por exemplo, acontecer através, dos bichinhos (ou de estimação). E acredite: é tão duro quanto! A morte não distingue bichinhos de pessoas, ela leva algo ou alguém. E a dor sempre tem o mesmo nome e peso: dor.
Para não ficar extenso (o assunto é muito abrangente) vou me deter a falar da morte humana.
Como os adultos, ela (a criança) também precisa elaborar seu luto e cada um tem sua forma para isso.
Prestar atenção aos termos usados ao falar com os pequenos. Frases como: “Foi para o céu” e nenhuma explicação de que ela não verá mais a pessoa, poderá confundi-la. É mais interessante dizer que a pessoa viveu e foi para um lugar bonito como o céu e que a partir de agora, não será mais vista por perto. Outra muito usada entre adultos é: “Pelo menos descansou”. Essa também pode confundir, uma vez que não se sabe o que ela entende por descansar, já que descansar dá a ideia de cochilar e depois voltar disposto.
          É importante que o adulto esteja, pelo menos no momento em que for falar com a criança, bem, inteiro... De nada adiantará contar a notícia de forma linda e compreensível e chorar aos prantos. Essa atitude também a confundirá. Claro que o assunto é doloroso e não é fácil, muitas vezes escapam lágrimas, e não é possível contê-las. Mas, é preciso que a criança veja que alguém está bem, para que ela também tenha a quem recorrer. E ainda, é interessante poder oferecer o contato com os sentimentos. Ela verá que você também sente, chora, fica triste...
Seja qual for a situação, é preferível tentar da forma mais acolhedora possível, dividir o acontecimento. Algumas maneiras incluem: abaixar-se, ficar na mesma altura que ela. Tentar estar o melhor que conseguir para o momento e nunca, nunca mentir. A ideia é estar junto da criança e não escondendo algo. Essa falsa ideia de achar que estará preservando-a, na verdade, implica em bloquear sua própria elaboração de luto.
Há muito campo na Psicologia, Psiquiatria, Sociologia e outras áreas que estão aprofundando estudos.
Para quem quer saber mais, recomendo os livros de Elisabeth Klüber-Ross, psiquiatra que contribuiu muito com seu conhecimento.