sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O Ensino médio acabou e agora?

Agora, é hora de: pesquisar, refletir, avaliar, conversar e fazer tudo aquilo que possa ajudar na escolha do rumo a ser seguido.
Alguns pontos que ajudam na escolha:

Escrevendo sobre a opinião: é interessante escrever ou pensar sobre as profissões de interesse. Refletir sobre o que achamos e em seguida...

Buscar informações concretas sobre a profissão: e fazer um balanço sobre o que se pensa e o que é de verdade.

Analisar as informações: depois de reunir os dados é importante prestar atenção à parte mais exigente da carreira, pois esse será o lado que poderá desmotivar o caminho. Pensando: "se dou conta da parte mais difícil, talvez a parte mais fácil e que mais gosto serão mais leves". Normalmente, o adolescente quando escolhe a profissão, tende a olhar o lado deslumbrante do trajeto. É o caso, muitas vezes, de quem quer fazer Turismo, por exemplo. Esse adolescente pode achar que irá APENAS, viajar e conhecer lugares e pessoas, mas se esquece de que toda essa realidade (sim! ele possivelmente terá contato com tudo isso) será em feriados, finais de semana, férias, enfim... Momentos em que a maioria das outras pessoas está passeando e ele trabalhando.

Conversar com pais, mentores, professores e toda pessoa importante para aquele que escolherá: uma boa conversa com um bom "orientador" valerá muito a pena! Ele contará a parte concreta da profissão, orientará com mais responsabilidade e o mais importante: falará de sua própria experiência. O que é muito rico. Essa conversa é interessante não só por esclarecer, mas também porque muitas vezes, podem-se perceber pequenos detalhes. Por exemplo, que nem sempre o que o pai exerce é a melhor carreira a ser seguida. Pelo contrário. Isso pode ser uma boa fonte de angustia. Pense assim: se o pai do adolescente tem uma banca de jornal e o filho decide seguir o mesmo caminho (por influência do pai, ou porque acha que é o melhor pra ele por se identificar com o pai), poderá em algum momento, ficar muito chateado por não conseguir vender o jornal como seu pai o faz. MAS, ISSO NÃO QUER DIZER QUE O FILHO SEJA FRACASSADO. APENAS, NÃO TEM A MESMA APTIDÃO QUE O PAI PARA ISSO.

Uma boa orientação vocacional: sempre é bem-vinda! Através de observação, análise, atividades e testes são possíveis obter dados que indiquem aptidões, habilidades e "jeito" para determinadas áreas ou profissões. Vale ressaltar que a orientação não é garantia de nada.
Ela apenas viabiliza os caminhos POSSÍVEIS a serem seguidos e não a profissão em si.

Depois de tropeços, aprendemos até isso: como cair...

Quem nunca tropeçou na rua e bem tipicamente deu aquela "olhadinha" para o chão com cara de "Nossa o que foi isso?" ou soltou aquela gargalhada de si mesmo? Exceto crianças, que ainda não têm a capacidade de disfarce (pois, isso é frustrante pra elas), quase toda pessoa crescidinha já fez isso em algum momento da vida (MOD- Meus Dados Observados).
Conversando com uma amiga surgiu a indagação: Por que em algumas situações não queremos mais dizer nada e vivemos quase que uma relação alienada com pessoas e objetos?
Pensei: "Talvez, porque depois que tropeçamos, aprendemos até isso: como cair".
Aquele momento em que percebemos que vamos cair, a sensação de rubor no rosto, em câmera lenta indo em direção à queda, a voz como em desenho animado "ooooouuuuuuuwwww nnnnnnããooo aaaaaaííí" e depois de muitos tropeços, você é craque na arte: ajeita o corpo, coloca as mãos na frente e tenta num impulso desesperado amenizar a queda. Certamente, se houver alguém ao lado, perguntará (diga-se de passagem, a pergunta mais óbvia e ridícula): "Tá doendo?". E a resposta (talvez mais ridícula que a pergunta): "Não." Pera lá. É claro que doeu. Sempre dói. Nenhuma queda, batida de braço ou cotovelada passa despercebida. E, por algum motivo, a resposta "Não" é quase que uma tentativa de nos enganarmos, pensando que somos fortes e que aguentaremos firme a dor daquele dedinho que bateu na quina da porta.
(Só mais uma informação falando um pouco sobre as crianças: depois, que a criança já deu seus primeiros tombos e já sabe perceber e responder, é bem comum ver que algumas respondem, antes mesmo da famosa perguntinha: "nem doeu!"). 
Agora, vamos aos tropeços da vida que...
Acontecem e também são dolorosos.
São alguns deles: perdas de todos os tipos, enganações, decepções, saudades...
Mas, dependendo do tropeço, no próximo, suas artimanhas serão mais elaboradas. A dor existirá, a sensação pré-queda também. O plano "B", por fim será usado. Muito provavelmente o tombo ou a "sambadinha" acontecerão. Mas, a forma como lida-se com isso pode mudar (ou não).
Enfim, de forma ou outra, aprende-se a tentar se proteger. Se funciona? Não sei! Pode ser que sim. Como pode ser que tentando nos proteger, nos machuquemos mais. Ou ainda, machuquemos alguém.
É bom percebermos que o plano "B" pode nos ajudar. Que nem sempre o "A" é o ideal. Planos "C" e "D" são alternativos.
Voltando para a possível resposta sobre a pergunta levantada no início do texto... "Dependendo do lugar onde caí, não passarei mais perto dali". Ou seja, "dependendo da decepção que tive, passarei longe de oportunidades que me possam causar tal sentimento". Talvez, "chegue a ignorar por completo ou simplesmente, perca a vontade de me propor a me machucar novamente". Isso é bem diferente de viver evitando a queda. Exemplos: Depois de uma decepção amorosa, voltar a namorar é um modo de saber que posso me machucar (cair), mas que posso tentar me cuidar para amenizar possíveis decepções (tropeços). Já, "quando quero evitar a queda, passo o tempo todo colocando a mão na minha frente e na do outro", tentando evitar o inevitável, em outras palavras, o relacionamento é tratado como uma bomba que pode explodir a qualquer momento. E quase certo: explodirá. Muito controlado. Agora, "se perco a vontade de me machucar novamente ou ainda e não menos importante, se cansei de me levantar, talvez deixe de namorar". O pensamento se torna óbvio para quem o tem: "Nunca mais namorarei e assim, evitarei a queda e suas consequências. Pois, se não namoro, não me decepciono".

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Internet, redes sociais e suas "regras"


Brinquei com o nome “regras” no título da postagem. Na verdade, são certos protocolos invisíveis. Atitudes que a maioria faz, mas nem todos falam.
Como disse em publicação anterior (Bullying de ontem, hoje e amanhã), a internet faz parte de nosso cotidiano e precisa ser incluída no contexto da vida. Muitos têm perfil em alguma rede social, o que se tornou uma espécie de vida virtual. E a grande maioria faz uso da internet, que...
Traz com ela, uma porção de pontos positivos, mas apresenta também, um mar de possibilidades negativas. Entre os pontos positivos: encontrar pessoas, empregos, informações, etc.
Apesar, de todos os impedimentos para que não se aja de má fé, qualquer um pode ser “quem” e “o que” quiser na internet. Não há forma de controlar isso, a não ser investigando ou denunciando. Mas, para isso é necessário que alguém pare, observe e investigue. Num primeiro momento, você é o que “aparece” (no perfil, no chat, nos fóruns, etc).
Agora falo por mim, (não há nenhuma comprovação empírica, apenas minha observação) como as redes sociais são vidas virtuais, lá se podem muitas coisas que fora (de lá) são mais complicadas, vou citar algumas delas.

Saber da vida alheia: Vejam, tempos atrás, e nada muito distante, para saber de um amigo, era preciso ir à sua casa ou ligar e perguntar se ele estaria por lá. Corria-se o risco de não ser atendido ou (a pessoa) não estar. Mas, havia interação. Eu falava, perguntava, conversava. Hoje, clico na página dela (e, muitas vezes, não precisa fazer parte de seus contatos) e sacio a fome de saber sobre ela.

O mundo dos “EXS”: Aquele ex-namorado (a), ex-marido (a), ex-chefe, ex-vizinho (a), ex-alguma coisa é vigiado (a) como por um exímio investigador, que nada mais é o dono do perfil na rede social. As relações demoram mais a ter fim, porque aquilo que antes era chamado como término de relação, que implicava em terminar algo com alguém e dificilmente voltar a vê-lo (a) tão rápido, hoje é possível, com apenas um “click”. Não se desvencilha. Continua-se falando, “cutucando”, observando, vigiando, etc. Sem contar nas regras subentendidas: o (a) ex-alguma coisa adiciona a seus contatos todos os familiares e amigos de seu ex-alguma coisa, menos o ex em si. Interessante, não? É tão avançado, que se pode bloquear quem você não quer que saiba de sua existência virtual.

Amigos (contatos): Possivelmente, em algum momento receberá uma solicitação de amizade daquele “amigo” que você nunca vê, ou vê e nem é tão amigo assim. Sem a internet, essas pessoas não seriam vistas, não fariam parte de seu círculo de amizade e você talvez, nem ligaria para elas. Mas, nas redes sociais é outra “regra” subentendida. Aceito o amigo, mesmo não sendo bem-vindo em minha casa virtual. Mas, por quê? Uma das possibilidades que me vem à cabeça: é desagradável mostrar para o mundo que você não aceitou o fulano de tal. Mas, esse item tem seu lado positivo. É provável manter contato com aquela pessoa que mora do outro lado do mundo e que antes, a comunicação era feita à carta (quando se tinha algum endereço). Era preciso sentar, imaginar o que você diria sobre você mesmo (porque hoje, ela não precisa que você informe, apenas vê seu perfil), pensar o que perguntar sobre ela (porque hoje você vê o perfil dela), escrever (e não digitar), ter o endereço de sua casa, ir ao correio e por fim, enviar a carta.

Mostrar fotos: Para que pessoas de seu convívio vissem seu álbum de fotografias da viagem de férias, precisaria da organização de um encontro. Você levava seu álbum e as pessoas desfrutavam do momento. Podia-se também, convidar os amigos para à sua casa, passar algum tempinho com você. Participar de sua vida. Hoje, clico em um dos vários álbuns e conheço um pouco do que o dono do perfil QUER QUE EU VEJA de suas fotos.

Indiretas, diretas e retas: Mais um universo de “regras” subentendidas. Ficou sabendo que pessoas se desentenderam? Antes, usava-se o telefone ou de forma mais atual, o email. Era preocupação. Hoje, se tem as notícias do dia, na página de início, mas não com as do mundo, mas sim de meus “amigos”. E as mensagens cheias de indiretas e diretas. O que acontece? Não falo de determinado assunto ou não converso com beltrano porque talvez, “a patada” seja comigo ou eu já tenha falado algo referente ao que ele esteja reclamando. Pronto! Alastra-se a perseguição.

Enfim, temos muitos itens que poderiam ser citados. Não quero passar a impressão de que não sou a favor da internet. Faço uso também e caso contrário, não escreveria aqui. Acho que a internet e as redes sociais são avanços que merecem admiração. Mas, seu uso deve ser cauteloso e inteligente.
É a morada de pessoas saudáveis, mas também de: pedofilia erótica, abusos de todos os tipos, golpes, criações de perfis falsos, etc.
Vale um espaço aqui: buscar informações na internet é comum hoje. E muitas delas são realmente facilitadoras. Mas, sabendo o que se busca. Questões salutares, autodiagnóstico, automedicação, não trarão benefícios. Pelo contrário! Só fará a angustia aumentar e muitas vezes, com informações errôneas. É importante, sempre consultar um profissional.
Compras: veja a procedência. Não vá direto ao local, se informe antes.
Tudo o que for usado de forma consciente, traz benefícios. Inclusive a internet.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O ato de doar

Doar faz bem. Ajuda pessoas, animais, meio ambiente e a si próprio.
Claro que com boa dose de respeito por si mesmo. Não quero sugerir que ninguém faça nada que não queira. Esclareço, para que não entendam que estou fazendo campanha de doação. Muito menos, propondo que isso se torne uma “cobrança consigo mesmo”.
Apenas falar sobre o assunto.
A atitude de doar não é só aquela ligada a roupas, utensílios ou qualquer objeto.  Pode-se doar: amor, carinho, roupas, alimentos, etc.
Doar deveria antes de tudo, ser uma reflexão. Doar é um ato recíproco. Quem doa, também recebe.
Essa reflexão, por exemplo, poderia abranger: para quem, o quê, quando e como.
Para quem: Quem são os que receberão a doação? Parece besteira pensar nisso, mas do quê adiantará dar, apenas, roupas a um morador de rua, se essa pessoa está passando fome, sede e frio? Pessoalmente falando, costumo dar roupas e outros objetos, mas sempre acrescento uma garrafa de água ou outra bebida. Coloco também algum tipo de alimento. Alguns podem até me criticar, sugerindo que isso é o que eu penso ser a necessidade do outro. Mas, tenho resposta pra isso: tento me colocar no lugar do outro e imaginar o que precisa. E sim! Essa é minha reflexão.  Pode-se ir além e dar outras utilidades.
Muitas vezes, acabamos criando algum elo com quem recebe e por que não, perguntar o que está precisando e se estiver ao alcance, ter a iniciativa.
O quê: como disse acima, nem sempre a doação é concreta. Pode ser também um projeto. Visitar algum local. Levar atividades por determinado tempo ou apenas, amor.  Abraçar, às vezes, deveria ser considerada necessidade básica. Sangue é outro assunto pertinente. Caso não possa doá-lo sempre, pense na possibilidade de doar plaquetas, por exemplo. Doação de órgãos cabe aqui também. Religião a parte, é outro tema para ser refletido. Tempo é outro ponto importante. Falando novamente no mundo rápido em que vivemos. Tempo é algo que não se tem mais, muitas vezes, nem para um familiar.
É interessante pensar também, em doar aquilo que não conseguimos dar conta de cuidar: animais e plantas, por exemplo. E melhor ainda, fazer o exercício de refletir se conseguirá ou não cuidar, antes de pegar para si, bichinhos, plantas ou flores. 
Quando: no momento em que se possa.  Há pessoas que exercem o voluntariado. Ou têm datas específicas para a atitude. Existem também, aquelas que vão quando lhes dão vontade.  O importante? Cada um, no seu tempo. E, óbvio, há aqueles que ajudam assim que percebem a necessidade (catástrofe, calamidade, etc.).
Como: das mais variadas formas. Em grupo, individualmente, pelos meios de comunicação, pelo jeito que mais lhe convenha.
Respeito sempre! Consigo e com o outro.
            É interessante que não seja sofrido. Dê aquilo que pode. Se não consegue ainda, respeite-se. Pense bem e veja o que prefere.
Falo isso, porque sempre há algo que até pensamos em doar, mas que ainda gostamos ou temos certo apego. Se não sem sente bem ainda, pense bem e decida o que for melhor, a partir de seu ponto de vista.
Visitar instituições carentes também. Se, você percebe que vai sofrer se for ao local, veja bem o que fará. Pense em como se sentirão as pessoas, vendo sua reação (que podem ser: choro, alegria, etc.) em vê-las. Pode ser bonito pra você, mas para quem vive ali, nem tanto. E sei que há os dois lados. Talvez, quem receba sua visita fique feliz em ver que você se sensibilizou.
O ato de doar pode ser uma fonte de união, inclusive na própria casa, entre amigos ou familiares.
Imagine que rico! Uma atitude como essa, favorece que pais incluam os filhos nessa separação do que poderão doar. Amigos podem se encontrar para organizar visitas em instituições ou simplesmente, juntar o que doar.
Fica aqui, minha doação de tempo, nesse pedacinho de pensamento sobre o assunto!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Brincando, melecando e sorrindo!

          É comum que pais, avós e responsáveis chamem à atenção das crianças quando estão brincando com materiais que possam se sujar ou sujar o ambiente em que estão.
Entendo que há momentos, que é necessário tomar cuidado e evitar problemas maiores, mas é importante que os adultos entendam também, que isso faz parte do desenvolvimento dos pequenos.
Misturar cores, colorir papéis, deixar cair pinguinhos de tinta na roupa, sujar os pés (ou tênis) com terra é sinal de que ele está brincando.
Chamar à atenção o tempo todo dizendo: "não vá se sujar", atrapalha o momento e deixa a criança tensa. O foco de sua atividade muda de pintar, para tomar cuidado (em não sujar). E lá se foi o prazer da brincadeira.
Não estou propondo que papais e mamães deixem os pimpolhos fazerem o que querem: pintar a casa toda, manchar toda a roupa ou chegar ao ponto de estragar algo, se machucar ou machucar alguém. Mas, pela supervisão de um adulto, sem que ela (a criança) seja cobrada o tempo todo, o momento fica mais gostoso. E, quando necessário, é importante sinalizar que, apesar da brincadeira estar gostosa, perceba que sujou a roupa, por exemplo. Mas, primeiro deixe-a que faça, para depois interferir.
Inclusive, é apropriado que se os adultos consigam, façam parte da brincadeira.
O momento é de entrosamento e durante a atividade, você pode fazer com que ele vá percebendo o que possa lhe incomodar ou não. Mas, que seja o incômodo dele e não dos pais.
Esse tipo de momento, ajuda no desenvolvimento da criatividade, desperta curiosidade e integra.
Além disso, através desse tipo de atividade, pode-se ensinar muitas coisas, entre elas: senso de responsabilidade em simples atitudes, como por exemplo: ter uma caixinha para os materiais, um lugar apropriado para a atividade, pegar e depois guardar pincéis, etc.
Outro ponto interessante é desenvolver a capacidade de dividir. Quando pequenas, as crianças atravessam uma fase narcisista. Que beira o egoísmo. Mas, não se assustem! Além de ser esperado, é necessário. E, podemos dizer que é o egoísmo saudável. Nesta fase, ela precisa sentir que algumas coisas são dela e só dela. E veja que bacana! Através desse tipo de comportamento junto com atividades lúdicas, é possível despertar a divisão. Fazer com que o pimpolho note que não há problema  em brincar com seu material e compartilhar o momento com outros amiguinhos ou parentes.
Bons lugares para criançada, entre seis e doze anos, brincar e aprender, são os acampamentos. Durante as temporadas, eles aprendem a conviver em grupo, dividir, desenvolvem a capacidade de cuidar do seu, do amigo e do coletivo; percebem a responsabilidade e cumprimento de horários, entram em contato com a natureza, assim como respeitá-la; e o melhor de tudo: sorrindo, brincando e se divertindo com a supervisão de equipe!
        

 * As fotos compartilhadas acima, com exceção da imagem da criança com as mãos pintadas, foram retiradas do site Wal Atividades de Lazer, temporada de julho - 2012 do WalCamp. Para conferir, acesse o link no campo VISITE do blog.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Envelhecer

Envelhecer é um processo de ordem natural e que determina as etapas do ser humano.
Com ele traz mudanças: físicas, biológicas, psicológicas e sociais. Acontece, portanto, desde que se nasce. No primeiro minuto de vida considera-se estar mais velho, pois por mudança que não aparente, não se é mais o que se foi no minuto anterior. Só por tal conclusão, não seria ideal chamar alguém de velho, apenas quando atravessa determinada idade. Acontece que, por conta da sociedade foi estipulado que houvesse uma classificação das etapas da vida - por condições financeiras, salutares, biológicas, sociais, etc.
Phillipe Àries em História Social da Infância e da Família comenta que "cada século teve sua preocupação mais forte com cada etapa da vida humana".
Cada fase da vida, do ciclo humano, faz a pessoa pensar e analisar uma série de possibilidades, entre elas: o que ganhou e o que perdeu. E como não é diferente, na fase adulta, isso também acontece. Porém, não se pode esquecer que o que é perda pra um, é ganho pra outro. De acordo com Papalia &Olds em Desenvolvimento Humano, "nesta fase as pessoas precisam enfrentar perdas em muitas áreas e a iminência de sua própria morte".
Um assunto bem pertinente é o da aposentadoria. A pessoa que está com mais de sessenta e cinco anos, que tenha trabalhado durante sua vida, recebe um montante referente a um salário em sua chamada aposentadoria. Supondo o nome, agora: aposentado (falando em ganhos e perdas... Perdeu o nome "trabalhador" e ganhou o "aposentado"). Este sujeito perde, se é que se pode chamar assim, seu emprego. Mas, ganha a suposta aposentadoria. Ele, então ganhou e perdeu ao mesmo tempo. Mas, numa sociedade em que trabalhar é produzir e sentir-se produtor e ativo, ganhar uma aposentadoria com a sensação de não produzir é realmente um ganho? Na balança da pessoa idosa, isso pode ser algo, extremamente sofrido e, portanto, pode significar, apenas, perda em sua reflexão.
Pensando em ritmo é interessante atentar que envelhecer é um processo coletivo (acontece com todos), mas tem sua individualidade (pra cada um, de um jeito).
O tempo de execução (se mais rápido ou mais lento) e a forma (certa, errada, coreografada ou espontânea) pouco importam quando se atravessa essa etapa da vida. A música é a mesma, mas com ritmo diferente. A sabedoria da fase é que tranquiliza.
É muito que se pode pensar, falar e questionar sobre o assunto. É vasto e muito bonito.
Envelhecer é um processo que merece respeito, olhar carinhoso e espaço para ser tema de reflexão. É muito que sentir. É um apanhado de sentimentos, sensações, pensamentos...
E como tudo, além de lidarmos com nosso próprio envelhecer, temos que (aprender a) lidar com o envelhecer do outro.


Só uma ressalva: quando fui procurar uma imagem para colocar neste texto, encontrei a que está acima, no site: http://www.lunaeamigos.com.br/varal/varal11.htm 
Achei muito interessante. Pelo que entendi, a foto é de Olga Fonseca, uma das participantes do site.
Nesse link que compartilhei, aparecem poesias feitas pelos participantes, no que parece ser, um espaço deles refletindo o assunto. Coicidentemente foi o comentado aqui.
Vale conferir!

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Bullying de ontem, hoje e amanhã

     Bullying é um dos fenômenos mais falados atualmente. Sua denominação caracteriza situações de agressões que podem ser físicas ou verbais, assim como presenciais ou virtuais.
O termo vem da Língua Inglesa, da palavra "Bully" que traduzida tem o significado bruto de "brigão". O que se entende ser o ato de humilhar, amedrontar, intimidar alguém de forma proposital e muitas vezes, repetidamente.
Ele pode acontecer em muitos ambientes e um dos mais comentados é no escolar.
Beiro os trinta anos e posso dizer que, na minha infância e adolescência não existia nome para isso. Assim como o Racismo era falado, mas não respeitado. Era muito comum ouvir: "o japa", "o negão", "o alemão", "o chinês", "o careca", "o gordo", "o baixinho", "a magrela", "a grandona", ”o vesgo” , "a altona", " a bonitona", enfim... Inúmeros adjetivos para todos. E por mais que tais nomes machucassem e causassem tristeza para os assim chamados, nada era feito e as pessoas pareciam não pensar no assunto. Não quero aparentar reclamação por dizer que ninguém pensava no assunto. Quero passar a ideia de que isso não era pensado (por algum motivo que não sei especificar - talvez, éramos mais inocentes? Não sei) e acho rico, que hoje, estudem, falem e analisem as situações. É muito importante, pois as consequências podem ser marcantes na vida da criança ou do adolescente.
Acredito que não sejam, só as denominações tidas como maldosas, as que causem funções negativas. Em outras palavras, crianças e adolescentes considerados muito bonitos ou bons em determinados campos também acabam sofrendo isolamento.
Temos três realidades que são as que quero comentar aqui: O bullying passado que é aquele que aconteceu antes de estudarem o assunto e assim o chamarem, o presente que é o que se fala atualmente e o futuro que podemos apenas, dar palpites de como será.
Hoje, temos a internet. Não podemos não considerá-la. Redes sociais são quase que casas virtuais e lá se recebe quem  se quer (na suposta casa). Vive-se virtualmente.
 Minha vontade em falar do assunto, despertou a partir do contato com um grupo formado em uma rede social. Seus integrantes: alunos de uma mesma escola. Lá resolveram juntar-se e usar o espaço para: postar fotos, comentar sobre o antes e o depois, combinar reencontros, etc. O que fosse possível. Em determinado momento, me atentei em observar que alguns integrantes não foram aos encontros, pareciam estar envergonhados, demonstravam sentimentos de que gostariam de ir, mas não se sentiam acolhidos (QUE FIQUE CLARO QUE ESSA É MINHA IMPRESSÃO). Na verdade, o grupo parece ter adicionado muitas pessoas, mas no fim, apenas os mesmos (amigos do passado e talvez, ainda no presente) foram os que organizaram e foram aos encontros (sem haver exclusão da parte deles, ou seja, convidaram todos, mas nem todos foram).
Pergunta: Como fará aquele aluno que quer ir, mas que se sentia rejeitado na época (da escola) para ir ao encontro?
Pensemos: essa pessoa cresceu numa época em que bullying não era bullying.  Era um apelido (ou inimizade do amigo) e ponto final. Na época, ele tinha duas possibilidades: contar para os pais e escola (que muitas vezes, diziam para ser forte e enfrentar ou se afastar do amiguinho que o magoara) ou ir pra casa (sem, muitas vezes, contar para pais ou escola) e fingir que não era com ele (embora a atitude tivesse um impacto psicológico no sujeito. Causando sofrimento da mesma forma). Essa pessoa cresceu e entre as várias possibilidades de como aprendeu a lidar com o mundo, uma delas pode ter sido a de se afastar. Afastar remete ao medo. Ao não enfrentamento. Ao ato de não ir, de desviar. Saudável? Não sei. Foi a forma como aprendeu a lidar.  Anos se passaram, e via internet (sim, a internet trouxe a possibilidade de termos que criar outros desvios na vida - se antes eu fazia de tudo para não encontrar aquele "cara" que "ria de mim" na infância - na internet ele veio sem ser chamado e preciso aprender de alguma forma a lidar com isso novamente)  ele encontra seus amigos de infância. Os mesmos que o levaram muitas vezes, ao isolamento. E que eram idolatrados por outros amigos. Sim! Os "valentões" eram, muitas vezes, tidos como legais. E eis, que EM MINHA OPINIÃO, aquele mesmo sentimento da infância, volta. É como se naquele grupo feito na rede social, voltassem todos a ter dez anos de idade. E isso traz o sentimento de desprezo, isolamento, falta de acolhimento.
Seguindo esse raciocínio penso o seguinte: a criança ou adolescente dos anos oitenta, noventa (ou anterior) têm sua forma de lidar com o mundo completamente diferente da criança ou adolescente dos anos 2000.
Hoje, todos se atentam mais ao assunto. Pais e equipe escolar percebem mais rápidos se aquele aluno está ou não triste por alguma atitude do colega ao lado. Alunos se preocupam mais, antes de chamar o amigo de "gordo" ou "baixinho", crianças e adolescentes sabem mais sobre bullying do que especialistas no assunto. Ou seja, há um lado mais "afável" nisso tudo, uma boa convivência, certo cuidado com o outro e consigo mesmo. Mas, há um lado negro também. "Eu não falo, mas continuo pensando". Não falo mais: "E aí grandão?", mas penso: "Nossa! Que grandão!". E sabem? Uma das coisas que acabou acontecendo é muito comum em diversos assuntos: Apenas, coloca-se um véu sobre o tema. No fundo, no fundo, o problema é o mesmo: Educação!
Precisamos pensar educadamente. Não adianta não falar mais, mas pensar. Pois, o pensar leva à atitude. E no fim, continua-se tratando o "magrelo" como "magrelo", embora não o chame dessa forma. Isola-se do mesmo jeito.
Penso que, enquanto a educação não for foco, continuaremos (e aqui posso chegar perto de dar meus palpites sobre o futuro) no estudo e não na solução (e muitos dirão: Se é que há solução). Acho muito importante o estudo do que são as coisas, mas seria mais interessante ainda pensarmos e nos dedicarmos também à solução (mesmo que não haja uma uniformidade), vista também em assuntos como a prevenção e promoção de Saúde, por exemplo.
Concluindo: não adianta eu pedir para que criança me conte se alguém o destratar. Muito menos, dizer para não chamar o amigo de "gordo". É Preciso ensiná-lo a pensar que o menino ao lado, que estuda com ele, é tão humano quanto os outros. Não importa suas qualidades físicas ou mentais. É necessário ensinar que se algum colega o faz sentir-se mal, busque suas formas de lidar com aquilo: tentando conversar com o amigo ou com familiares ou profissionais da escola, por exemplo. Mas, isso tudo com tom de acolhimento e não de: "Conta o que te falaram para eu ir lá reclamar". Até porque, antes de tomar essa atitude temos que pensar que essa criança ou adolescente se sentirá mais exposto ainda.
E um ponto muito importante também, é que crianças reproduzem atitudes de adultos. Então não são só eles que têm que pensar educadamente, os adultos ao redor também.
Fica minha tentativa de colaborar em levar o conhecimento de grandes estudiosos (não a fazer sensacionalismo do assunto - porque mostrar situações de bullying é fácil - difícil é mostrar o que se deve fazer para que não aconteça) sobre ao que mais tentam mostrar com suas especialidades: o que é possível fazer para evitar tais comportamentos.
Não sou especialista no assunto, mas recomendo o livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz de Cléo Fante.